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Agronegócios

Suinocultores fecham granjas após alta no preço dos insumos e baixa demanda em Mato Grosso


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A suinocultura em Mato Grosso tem sofrido com a alta nos custos de produção dos animais e os produtores estão fechando as granjas. A Associação dos Criadores de Suínos de Mato Grosso (Acrismat) diz que essa é considerada a maior crise do setor nos últimos anos.

O suinocultor Lenoir Taffarel aprendeu a profissão com o pai quando ainda era criança. A granja que ele administra atualmente em Sorriso, no norte do estado, era um sonho para a família, mas que precisou ser interrompido.

O objetivo era ampliar o local, mas hoje os materiais para a obra estão parados.

“O que fiz foi procurar salvar aquilo que construí até hoje, aquilo que herdei da minha família”, disse.

Mais de 3 mil cabeças de suínos eram criadas no local. Com a decisão de parar as atividades, agora existem apenas 800 animais, que estão em fase de engorda e serão repassados à agroindústria.

“Não sei fazer outra coisa e vou estar desempregado, sem saber o que fazer. O que mais dói é que a gente não consegue repassar aos filhos aquilo que herdamos de nossos pais”, pontuou.

A crise que levou Lenoir à desistência afeta todos os pequenos e médios criadores que trabalham de forma independente, pois o preço médio do quilo do suíno no estado para o produtor é de R$ 4,75. Em algumas regiões, chega a R$ 4,40.

Já o custo para produzir a mesma quantidade de proteína gira em torno de R$ 6,90. O prejuízo pode chegar a R$ 300 por animal.

O suinocultor Gilmar Forquezatto tem 4 mil cabeças de suínos. Ele afirmou que não quer desistir da profissão, mas não sabe o que fazer para manter a granja. Cerca de 70% dos custos de produção são para a alimentação.

“Ainda tem custos com medicamentos, vacinas, então tudo agrega em um custo elevado e impacta fatalmente na nossa produção. Aumentou o preço do milho, do farelo, os insumos importados, principalmente”, disse.

No ano passado, os produtores compravam a saca do milho por cerca de R$ 30. Atualmente, o valor está acima de R$ 80. O farelo de soja também saiu de R$ 1 mil a tonelada para R$ 3 mil.

Baixo valor

 

O baixo valor pago aos criadores é pela queda na procura pela proteína. A China, por exemplo, reduziu o volume de compra do Brasil.

Nos dois primeiros meses de 2021, o Brasil exportou para 75 países mais de 140 mil toneladas de carne suína. No mesmo período deste ano, o volume caiu pela metade.

Para representantes do setor, uma saída seria diminuir a oferta do produto no mercado.

“Você vem diminuindo percentuais de matrizes na granja. Você deixa de inseminar essa matriz e depois de quatro meses terá uma queda na oferta desses animais. São várias formas de trabalhar, ou como está acontecendo com os que fecham a granja ou diminui a produção”, explicou o presidente da Acrismat, Itamar Canossa.

G1.globo.com

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